A busca por bens de um cônjuge, especialmente em situações de separação ou litígio, tornou-se cada vez mais sofisticada. Entender como o uso de OSINT (Open Source Intelligence) se encaixa neste contexto pode ser a diferença entre encontrar a informação decisiva ou não. Ao lado de métodos tradicionais, a pesquisa OSINT ocupa espaço relevante nas investigações, agregando caminhos novos e, por vezes, surpreendentes.
Recentemente, vi situação em que uma parte tinha certeza de que o ex-marido mantinha patrimônio oculto. A dúvida permeava a conversa, e a busca por respostas era urgente. O apoio técnico, como prestado pela equipe da Laborda Ventura, torna-se fundamental para separar fato de boato, respeitando os limites da lei.
O que é OSINT e como pode ajudar na busca de bens?
OSINT consiste no uso de informações públicas e acessíveis legalmente para coletar dados e traçar o perfil de pessoas, empresas ou operações. Não há arrombamento digital, nada de hackear sistemas fechados: trabalha-se com tudo aquilo que flutua disponível nos canais oficiais e nos rastros que deixamos pela Internet.
Talvez pareça exagero, mas encontrar dados abertos pode ser bem mais eficaz do que muita busca “às cegas” por informações confidenciais. A sistematização de consultas e o conhecimento sobre onde procurar são pontos-chave.
Buscar no lugar certo faz toda a diferença.
Principais métodos de pesquisa de bens com OSINT
1. Consulta em cartórios
Cartórios de registro de imóveis, protestos, títulos e documentos podem ser valiosas fontes para descobrir propriedades ou dívidas em nome do cônjuge. Utilizando sistemas públicos, como o Registro de Imóveis do Brasil, é possível descobrir imóveis, gravames, histórico de transmissões e informações de titulares.
- Registro de imóveis: Consulta pelo nome completo ou CPF/CNPJ revela bens registrados, histórico de aquisição e até restrições ou penhoras.
- Cartório de protestos: Permite identificar dívidas protestadas, que ajudam a traçar o perfil patrimonial do investigado.
- Cartório de títulos e documentos: Guarda contratos, sociedades e registros diversos que, por vezes, são deixados de lado pelo detentor dos bens. Uma simples sociedade limitada pode estar registrada aqui, com dados que indicam participação societária.
2. Consulta às juntas comerciais estaduais
Cada estado possui uma junta, onde empresas são registradas. Aqui, procura-se por:
- Quadro societário (sócios e administradores)
- Alterações contratuais (entrada e saída de sócios, objeto social)
- Participação cruzada em empresas
Esses registros tendem a ser públicos, disponíveis via portais das juntas. Com o CNPJ, o cruzamento por CPF traz resultados inesperados até para familiares próximos.
Os rastros de uma participação empresarial raramente desaparecem da junta.
3. Consulta a redes e registros oficiais
Redes sociais e internet aberta podem ser fontes surpreendentes para indícios de patrimônio. Fotografias, check-ins, postagens sobre viagens ou conquistas, até comentários ingênuos, podem levantar hipóteses sobre bens mantidos ou disfarçados. Não é tão raro encontrar perfis que ostentam carros, imóveis de luxo ou mesmo anúncios de aluguel sem citar o verdadeiro dono — pistas valiosas ao lado dos dados oficiais.
Já nos sistemas oficiais, portais como a Receita Federal, Receita Estadual e bases de dados municipais fornecem instrumentos para consulta de proprietários de veículos, dados imobiliários, alvarás e registros fiscais. Apesar de algumas dessas informações exigirem requerimento formal (ou ordem judicial), o acesso ao que é público está liberado.
- Base RENAVAM (veículos): para verificar se há carros registrados em nome do cônjuge.
- Portal do Tribunal de Justiça: verifica ações judiciais em curso, execuções, bloqueios de bens.
- Portais de transparência e diários oficiais: revelam contratos públicos, nomeações, imóveis funcionais e movimentações de alto valor.
4. Outros caminhos abertos
Ferramentas de consulta cruzada, diretórios de sócios, plataformas públicas de informações financeiras — todas podem compor o painel de análise. O segredo, muitas vezes, está na persistência e na criatividade no cruzamento de dados.
Não raro, clientes chegam ao serviço de assessoria pericial da Laborda Ventura querendo respostas rápidas, mas descobrem que a busca bem feita depende do uso coordenado de diferentes fontes, alinhado à expertise do perito.
Limites legais na busca de bens via OSINT
Nem tudo que é público pode ser consultado de qualquer jeito. O respeito à legislação brasileira é condição para que a pesquisa de bens seja legítima e possa ser, de fato, usada em processos judiciais ou administrativos. Os limites são claros, ainda que sujeitos a debates em casos específicos.
Restrições impostas pela LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018) impõe cautela: dados pessoais só podem ser manipulados se houver base legal explícita. Isso significa que a pesquisa deve se ater àquilo que está realmente disponível ao público em geral — buscas profundas que envolvam dados privados, sem consentimento ou autorização judicial, podem ser questionadas e até gerar responsabilização.
Respeite sempre os limites da lei. É isso que garante validade à prova.
Sigilo bancário e fiscal
Outra barreira: dados bancários, extratos, saldos e investimentos, assim como declarações fiscais, são sigilosos. Nenhuma consulta OSINT pode romper esse bloqueio. Só ordem judicial autoriza quebra de sigilo, e a busca extrajudicial deve parar antes do muro.
Esse tema rende discussões, e é comum que clientes procurem saber o que é possível ou não descobrir sobre patrimônio do cônjuge. Como já abordado em discussões sobre computação forense e perícia digital, a linha entre o lícito e o ilícito pode ser tênue em investigações privadas.
Uso da prova em processos judiciais
Para que a informação coletada por OSINT seja aceita como prova, é fundamental que sua origem e método estejam de acordo com a lei. Provas obtidas sem autorização ou por meios ilícitos podem ser desconsideradas e, em casos extremos, transformar o investigador em réu.
O valor da boa assessoria aparece mais uma vez: um perito particular pode balizar até onde ir, como documentar a coleta e de que forma abordar provas digitais em juízo.
Riscos, dúvidas e um pouquinho de cautela
Nenhum método é perfeito. Às vezes, a busca por bens retorna resultados incompletos ou mesmo informações desatualizadas — cadastros levam tempo para atualizar, bens podem ser “escondidos” em laranjas ou em holdings familiares. A cada avanço, um novo desafio. A experiência mostra que nunca existe garantia absoluta, apenas indícios que vão se somando até formar um quadro razoavelmente confiável.
E vale sempre ponderar: o uso de OSINT não substitui técnicas clássicas de trabalho pericial, nem dispensa análise detalhada e consulta a especialistas quando dúvidas persistem. É papel dos laboratórios forenses, como a Laborda Ventura, indicar limites, prevenir riscos e conduzir todo o procedimento de modo técnico, ético e dentro do que a legislação autoriza.
Em casos mais sensíveis, como homicídios ou fraudes patrimoniais, o apoio do perito criminal pode ser fundamental, como já foi visto em diversos casos notórios — um bom exemplo está na análise do caso Richthofen, discutido em artigos especializados.
Quando buscar ajuda profissional?
É tentador tentar sozinho, mas atuar por conta própria pode trazer riscos desnecessários. Empresas e pessoas físicas encontram segurança e resultados muito melhores ao contar com o suporte de um laboratório forense autônomo e experiente, como a Laborda Ventura e Peritos Associados. A correta orientação evita problemas futuros, amplia as chances de sucesso e garante o respeito ao direito de ambas as partes.
Informação consistente requer método — e respeito à lei.
Se deseja ir além do óbvio e busca suporte para identificar, mapear e documentar bens de forma ética e segura, conheça nossos serviços. Deixe a equipe da Laborda Ventura conduzir esse caminho por você. Navegue por nossos conteúdos e solicite uma avaliação profissional — seu caso pode estar mais perto de uma solução do que imagina.