Buscar bens por meio de ferramentas e técnicas OSINT (Open Source Intelligence) pode parecer simples. Os dados estão ali, você procura nos lugares certos e, de repente, tudo deve se encaixar. Mas, na prática, o cenário é mais turvo. Pequenos deslizes acabam abrindo brechas, tornando a investigação menos eficiente – e, em alguns casos, até perigosa. Ao longo dos anos, vimos de perto, na Laborda Ventura, como a falta de critérios pode transformar uma busca promissora em uma estrada cheia de obstáculos jurídicos e técnicos.
Achar bens com OSINT parece fácil. Só parece.
A seguir, você vai descobrir os 7 principais erros cometidos na busca por bens usando fontes abertas. Pequenas atitudes tornam uma investigação ética e eficaz – ou, ao contrário, arriscada e frágil.
1. Confiar cegamente em fontes abertas e desatualizadas
Informações públicas, como registros de imóveis ou base de dados fiscais, mudam rápido. Muita gente presume que achou a solução só porque a fonte é “oficial” ou amplamente acessível. Mas imagine pegar o endereço de um imóvel de dez anos atrás e, sem perceber, construir toda uma tese equivocada sobre o patrimônio de alguém. Já vimos casos assim aqui na Laborda Ventura: o resultado é quase sempre um relatório cheio de dados antigos — e que não servem no processo.
Algumas dicas rápidas para evitar esse erro:
- Verifique a última atualização da fonte
- Busque sempre mais de uma evidência para consolidar a informação
- Entenda que “oficial” não significa “recente”
2. Ignorar contextos e pseudônimos digitais
Um erro recorrente é olhar só para dados diretos, desprezando o contexto. Bens no nome de terceiros, empresas laranja, perfis online sob nomes alternativos… Essas artimanhas camuflam patrimônios que aparecem apenas com uma busca contextualizada e, às vezes, investigação interdisciplinar.
Já pensou seguir só os registros em nome do investigado, sem procurar também misturas com parentes, sócios ou identidades pouco óbvias?
- Sempre pesquise variações de nome
- Considere ligações familiares e comerciais
- Analise menções cruzadas em redes sociais
3. Extrapolar sem checagem: criar conexões imaginárias
O cérebro humano adora conexões rápidas. Viu uma transferência bancária para um CPF, encontrou esse CPF em outro canto, e já acredita ter encontrado um novo dono de algo. Só que, se você esquece de checar os vínculos reais – documentos, relações legais, datas concretas – tudo pode não passar de coincidência.
Esse erro nasce da ansiedade de mostrar resultados. Mas, para provas terem peso, precisam de confirmação factual. Aqui, usar técnicas forenses, como as aplicadas em perícias digitais (saiba mais sobre perícia em celulares e computadores), é o caminho para não tropeçar nessas armadilhas.
4. Desprezar limites éticos e legais: tudo vale?
Quando se fala em OSINT, muita gente confunde “acesso aberto” com “campo livre”. Só que invadir privacidade, coletar dados pessoais sensíveis sem respaldo ou usar informações obtidas ilegalmente pode transformar o perito em réu na justiça.
- Evite acessar sistemas sem autorização
- Nunca use informações vazadas ou frutos de crimes digitais
- Não manipule dados, mesmo que a fonte seja pública
Buscar bens precisa ser legal do começo ao fim.
A Laborda Ventura orienta sempre que ética não é só proteção, é inteligência. O uso ético dos dados também dá mais credibilidade ao trabalho perante juízes e advogados.
5. Falta de metodologia clara: buscar sem roteiro
Muita gente começa coletando um dado aqui, outro ali, copiando e colando informações sem seguir uma ordem ou critério. Falta roteiro, falta objetivo. Quando veem, têm um monte de arquivos sem valor prático. Participei de uma investigação onde o relatório tinha mais de 200 páginas – era quase impossível separar dados úteis dos que não diziam nada.
- Defina o perfil do investigado
- Liste fontes primárias e secundárias
- Crie uma ordem de consulta e checagem
Se tudo for aleatório, a chance de erro cresce – e o tempo investido também.
6. Subestimar a importância da análise cruzada
Isolar uma informação pode parecer suficiente, mas normalmente é a análise cruzada que revela o que está escondido. Às vezes, um imóvel aparece em um cartório municipal, enquanto a movimentação financeira só surge em outro banco de dados.
Na análise forense, sobretudo em perícias que envolvem crimes digitais (entenda mais sobre crimes cibernéticos), combinar esses dados é o que separa resultados superficiais de provas realmente relevantes.
- Monte fluxos de relações entre pessoas e empresas
- Extraia padrões a partir de informações dispersas
- Destaque informações consistentes, repetidas em diferentes bases
7. Não documentar o processo ou perder a cadeia de custódia
Às vezes, a ansiedade por apresentar “o achado” faz o perito esquecer de registrar como chegou até ali. Essa falta de documentação pode causar problemas sérios: evidências fragilizadas, dúvidas na origem dos dados e, por fim, rejeição no judiciário.
O correto é organizar prints, registros de data/hora, guardar todas as etapas que levam até o resultado final. Afinal, a credibilidade do trabalho depende da reprodutibilidade do processo. Recomendo, inclusive, a leitura deste conteúdo sobre técnicas imprescindíveis de investigação digital: técnicas essenciais para peritos em investigações digitais.
Alguns riscos legais pouco percebidos
Vale repetir: o uso indevido de OSINT pode acarretar consequências jurídicas. A coleta de dados sem base legal, a exposição de informações sigilosas ou a violação da privacidade – tudo isso abre portas para sanções civis e criminais.
Não só o processo pode ser anulado, mas há possibilidade real de processos contra o próprio investigador. Por isso, contar com um laboratório ou profissional que compreenda limites e obrigações, como fazemos na Laborda Ventura, é a melhor maneira de obter resultados concretos e seguros.
Práticas éticas e precisas: como melhorar a busca
Separei algumas rotinas que fazem diferença – algumas parecem detalhes, mas mudam tudo:
- Sempre salve a URL com data e hora
- Utilize ferramentas que arquivam páginas web (caso o conteúdo suma do ar)
- Documente todos os passos, mesmo se não encontrar nada
- Busque assessoria pericial para dúvidas técnicas ou jurídicas (saiba mais sobre assessoria pericial)
- Evite interpretações apressadas dos dados
- Procure validar cada informação antes de usar em processos ou relatórios
Mesmo em análises de vídeos ou imagens (descubra como identificar edições), seguir protocolos éticos e técnicos é que faz a diferença no tribunal ou na mesa de negociação.
Buscar bens não é loteria. É método.
Uma última reflexão
Ninguém está livre de errar. Mesmo profissionais experientes, às vezes, tomam atalhos ou confiam demais em uma fonte. Mas o segredo é criar rotinas, adotar práticas já validadas e, acima de tudo, agir com ética e responsabilidade. Com apoio qualificado, as chances de sucesso aumentam e as dores de cabeça reduzem muito.
Se você precisa de resultados sólidos na identificação de bens, considere contar com a experiência da equipe multidisciplinar da Laborda Ventura. Procure nossos serviços, conheça nosso trabalho e veja como a perícia ética e técnica pode transformar seu caso. Dê esse passo seguro – entre em contato e tenha ao seu lado quem entende como transformar dados abertos em provas válidas.