É engraçado como algumas respostas estão muito mais acessíveis do que imaginamos. Na maioria das vezes, o que precisa ser feito é saber onde – e como – procurar. Quando falamos sobre identificar bens ocultos, a investigação OSINT, ou seja, a pesquisa baseada em fontes abertas, tem se tornado cada vez mais valiosa tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. Tudo começa com dados públicos, registros digitais, pequenas pistas. Juntando essas peças, pode-se montar um cenário surpreendente.
O que é OSINT e por onde começa
OSINT significa Open Source Intelligence. Em português, inteligência de fontes abertas. Trata-se de coletar, cruzar e analisar informações disponíveis publicamente, sem invasão de privacidade ou acesso ilícito. Redes sociais, cartórios, cadastros imobiliários, fóruns online, listas oficiais de sócios e empresas, CNPJ, placas de veículos, portais do governo. A lista é grande. O importante é: tudo o que está ali, teoricamente, qualquer um poderia encontrar. Mas, claro, existe método, técnica e muita experiência envolvida. É por isso, por exemplo, que equipes como a da Laborda Ventura conseguem fazer uma enorme diferença em processos judiciais e administrativos.
O caminho das pedras: onde e como procurar bens ocultos
O processo de descoberta de ativos não declarados nem sempre é linear. Aliás, raramente é. Muitas vezes é preciso voltar à estaca zero diversas vezes. O segredo está justamente no cruzamento estratégico dos dados.
Veja algumas fontes que normalmente entregam pistas valiosas:
- Registros de imóveis e terrenos em cartórios online
- Sistemas públicos de consulta de veículos e RENAVAM
- Base de dados de processos judiciais (inclusive ações trabalhistas e cíveis)
- Diários oficiais e editais públicos
- Empresas abertas e fechadas registradas em CNPJs públicos
- Redes sociais – informações sobre viagens, propriedades, ostentação de bens e conexões
Quando usado de forma adequada, o método OSINT permite encontrar ativos que alguém tenta esconder, distribuindo entre parentes, amigos ou empresas de fachada. Não existe um roteiro fixo, mas há passos que, na prática, funcionam como uma bússola.
- Identificação do alvo: levantar tudo o que se sabe sobre a pessoa ou empresa.
- Mapeamento de vínculos: buscar relações diretas e indiretas (sócios, familiares, outros CNPJs ligados, movimentações atípicas).
- Cruzamento de registros públicos: comparar dados encontrados em cartórios, processos e juntas comerciais.
- Pistas em redes sociais: analisar publicações e conexões possíveis.
- Montagem do quebra-cabeça: reunir cada dado relevante para estabelecer o patrimônio real.
Às vezes está tudo na frente dos olhos. Só precisamos ligar os pontos.
Técnicas de cruzamento de informações
Um erro comum é achar que basta encontrar um documento “chave”. Na realidade, o valor está muito mais em relacionar dados que, separados, não dizem quase nada. Já vi casos em que um imóvel estava registrado em nome de uma empresa “inativa” cujo sócio era um ex-cunhado do investigado. O endereço usado para correspondência? Era o mesmo do escritório do investigado. Coincidência?
Profissionais acostumados à investigação OSINT desenvolvem um olhar para inconsistências e padrões estranhos. Eles podem:
- Cotejar endereços de domicílio fiscal em diferentes registros
- Checar a evolução patrimonial de sócios em CPF e CNPJ
- Relacionar dados obtidos em cartórios com informações em redes sociais
- Cruzar participações societárias que se misturam em diferentes empresas
A tecnologia também tem um papel muito grande. Existem softwares para análise de grafos, por exemplo, que ajudam a visualizar vínculos complexos entre pessoas e empresas. Mas, sinceramente, nada substitui a sagacidade do olhar humano para suspeitar quando “algo não bate”.
Na prática: exemplos reais onde OSINT foi decisivo
Lembro de um caso típico: um empresário, réu em vários processos por dívidas e execução, alegava não possuir nada em seu nome. Mas uma análise detalhada do histórico de transferências de imóveis, cruzado com a abertura de uma empresa por um filho menor de idade, mostrou que um apartamento de luxo recém adquirido estava, na verdade, sob controle desse empresário – apenas usando uma triangulação.
Em outro caso, o uso de OSINT revelou uma frota de veículos registrada no nome de uma microempresa, mas todos os carros eram fotografados nas redes sociais dos filhos do investigado. Não era preciso quebrar nenhum sigilo para demonstrar a ligação dos bens ao patrimônio da família.
Em situações menos expostas, até mesmo registros ambientais e urbanísticos ajudam. Arquivos públicos às vezes trazem projetos de construção e alvarás ligados ao nome de terceiros, mas que, cruzando com pequenas dicas públicas, revelam a identidade verdadeira do proprietário ou beneficiário.
Dúvidas frequentes sobre a eficácia do método
Muitas pessoas perguntam se usar apenas dados abertos realmente funciona. A resposta é: funciona sim, mas exige prática, paciência e senso investigativo. A internet e os sistemas públicos brasileiros, felizmente, ainda deixam pegadas e rastros, mesmo que mínimos. O segredo está no detalhamento e no tempo investido. O trabalho, porém, é artesanal. Não existe fórmula mágica nem acesso irrestrito a tudo.
O que parece impossível para alguns, vira solução quando bem investigado.
Além disso, há limites éticos e legais. Nenhum dado obtido por invasão, compra ilícita ou quebra de sigilo judicial pode ser usado por profissionais sérios. O trabalho precisa ser fundamentado e transparente. É aqui que laboratórios como a Laborda Ventura se destacam, pois seguem rigorosamente essas orientações e focam em consultoria técnica dentro do processo judicial ou administrativo.
Como os especialistas trabalham na prática
O processo pericial que envolve OSINT normalmente começa com a definição muito clara do objetivo: o que se busca e quem é o alvo. Em seguida, parte-se para a pesquisa minuciosa nos bancos de dados oficiais, registro de imóveis, agências de trânsito, cartórios digitais, Redes sociais, sites de órgãos públicos, entre outros.
Durante o processo, é comum surgir a necessidade de consultar laudos periciais e pareceres, como ocorre na assessoria pericial técnica, ou analisar elementos digitais, na linha das perícias em computação forense. Em várias situações, o conhecimento em perícia audiovisual também entra em cena, especialmente quando existem vídeos ou fotos sugerindo posse de bens, como nos laudos sobre imagens e vídeos. E não é raro esse trabalho se cruzar com casos de crimes digitais, exigindo abordagem similar à perícia forense digital em crimes cibernéticos. No fim, até crimes contra a pessoa, como no caso Isabella Nardoni, podem se beneficiar do método quando há suspeita de ocultação de bens ligados ao delito.
É comum o perito estruturar um relatório detalhado, indicando tudo o que foi encontrado, como foi achado e quais são as ligações. O roteiro, como já disse, nunca é engessado. Não há como prever exatamente o que virá, mas cada dado relevante é tratado como uma peça única do quebra-cabeça patrimonial.
Dicas para quem busca bens ocultos usando OSINT
- Comece pelas informações básicas: nome completo, CPF/CNPJ, endereço, sócios conhecidos.
- Não subestime pesquisas em redes sociais: viagens, padrão de vida e ostentação muitas vezes dizem mais do que qualquer procuração oficial.
- Compare datas e titulares de imóveis ou veículos; mudanças recentes podem indicar tentativa de ocultação.
- Observe empresas registradas em nomes de terceiros próximos (cônjuges, filhos, funcionários antigos).
- Documente absolutamente tudo. O valor está em provar a conexão com base em fatos, e não em suposições.
Se parece que você está andando em círculos, talvez esteja no caminho certo. OSINT é um exercício de persistência, organização e, às vezes, um “clique” inesperado.
Conclusão: o segredo está nos detalhes
Encontrar bens ocultos não é uma tarefa para um único olhar apressado. Cada detalhe conta, cada informação pode ser um elo. Quem já passou por um processo de investigação como esse sabe: nenhuma pesquisa é igual à anterior, e sempre há algo novo para aprender a cada caso.
Se você precisa de soluções técnicas e detalhadas para identificar e provar a existência de bens ocultos – seja em processos judiciais, administrativos ou até mesmo em investigações privadas – conhecer o trabalho da Laborda Ventura pode ser a virada de chave. Nossa equipe tem experiência e conhecimento para transformar dados abertos em provas técnicas confiáveis.
Descobrir o que está escondido é o primeiro passo para garantir seus direitos.
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